sexta-feira, 23 de março de 2012

AÇUCARIRÁ

Escorre pela face a água salgada que brota do coração.
O tempo corre, mas eu não posso correr.
Uma coisa é certa, a água e o tempo pertencem à Vida, e este cura aquela.
A Vida a tudo açucarirá!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CARTA AOS FILHOS DE ADÃO


Arco-íris no Rio Xingu


“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.”
Romanos 8 : 19-22

  
 Impossível não me comover diante das imagens que eu acabei de ver pela televisão, aliadas a este pequeno, porém importantíssimo texto bíblico. É mais do que uma comoção, é um sentimento profundo de responsabilidade.
   O planeta, que chamamos de nosso, pois foi dado a nós e colocado sob o nosso domínio pelo próprio Criador, está desde o princípio sujeito à nossa vaidade, produzida na perversidade dos nossos corações; está presa pela corrupção de nossas almas, de nossas mãos.
    Escrevo este texto chorando e clamando para que Deus seja minha voz, para que minhas palavras expressem a dor que habita o coração divino. Macacos, aves, peixes, répteis, felinos, frutos, fósseis, relíquias, quem sabe a cura do câncer, plantas das mais variadas importâncias, comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas, e até a história de nossos antepassados, de nosso país, enterrados em solos amazônicos, tudo isso está gemendo, a um só tempo, e suportando angústias até agora. Como um texto escrito há quase dois mil anos pode ser ainda, e a cada dia mais, tão fresco?
   A natureza, a fauna, a flora, ardem esperando que os filhos de Deus se manifestem. Filhos de Adão, me escutem! Escutem o clamor da Terra, da água, do ar, do fogo! Este fogo que consome a criação dia após dia, na esperança de que os homens acordem do sono da ganância e comecem a enxergar que a raça humana não está sozinha no planeta, ou parem de ignorar esse fato.
  Conciliar o desenvolvimento do país, a geração de energia e empregos com a preservação da Amazônia não é tarefa fácil. Se é difícil para os biólogos e especialistas pensarem em soluções, quanto mais para mim, que sou leiga no assunto. Mas até uma leiga como eu pode enxergar que este “dilúvio” com a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA) não é o melhor caminho a seguir.
    Deus não nos chamou para habitar templos, chamou-nos para SERMOS templo, o templo do Espírito Dele. Espírito que transforma, consola, cura, restaura, dignifica, traz vida. Cada área da sociedade está clamando por templos como esse. O governo, a economia, a ciência, a família, a igreja, a educação, a arte e a comunicação.
    Deus me chamou para trazer o Reino Dele através da comunicação. Por causa disso eu estou aqui agora, comunicando a vocês essas coisas, e suplicando para que os filhos de Adão se levantem, aqueles, principalmente, que foram chamados para atuar na área do governo, da economia e da ciência, porque o meu papel é chamar a atenção de vocês, alertá-los, mostrar o que está acontecendo, mas o papel de vocês é pegar toda esta criatividade que é usada para sustentar o capitalismo e o consumismo desenfreado e aplica-la afim de encontrar uma solução para gerar energia sem precisar fazer parte da Amazônia virar sopa, para alimentar mais e mais a nossa vaidade.
   

   No país mais diversificado do mundo será que não existe uma cabecinha pensante sequer que possa apontar outro caminho? Ou será que no futuro só irá restar em minha mente a foto do cacique Raoni chorando ao saber que nossa atual presidente liberou a construção da usina? Será que os nossos governantes realmente estiveram na Amazônia? Porque eu estive e não consigo compreender como alguém pode ter contato com tanta vida, no sentido mais puro da palavra e deixar isso morrer sem tentar outras infinitas alternativas.
  Aonde está o povo heroico? Como poderemos no gabar por nossos bosques terem mais vida? Símbolo do que seremos? Que grandeza o teu futuro há de espelhar terra adorada? Grandeza econômica e energética? Não posso aceitar que o dinheiro tenha se tornado mais importante que a vida! Não posso engolir como verdade que não há nenhuma outra forma sustentável que substitua a Belo Monte! Perdão pela palavra, mas que bosta de coração corrupto e vulnerável o nosso! “Dos filhos deste solo és mãe gentil”, e quanta “ingentileza” estes filhos tem te feito!
   
“E Deus prosseguiu: "Este é o sinal da aliança que estou fazendo entre mim e vocês e com todos os seres vivos que estão com vocês, para todas as gerações futuras:
o meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra.
Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris,
então me lembrarei da minha aliança com vocês e com os seres vivos de todas as espécies. Nunca mais as águas se tornarão um dilúvio para destruir toda forma de vida.


   Diante disso eu clamo a Deus para que coloque este arco-íris nos corações dos poderosos e que eles desistam desse plano cruel, que matará diversas espécies da fauna e da flora, tirará as raízes de muitas comunidades, e busquem outra alternativa. Eu clamo para que nossa péssima educação pública deixe de ser instrumento de manipulação do povo em benefício de uma minoria elitizada; clamo para que a arte e a comunicação deixem de ser usadas para emburrecer e futilizar as pessoas e se tornem uma aliada na construção de um mundo melhor, mais inteligente; clamo para que a família volte a ter pai, mãe e filhos unidos, e cada um desempenhando seu papel original; clamo para que a economia olhe para os famintos e deixe de ser tão capitalista; clamo para que o governo lute por um aumento no IDH tanto quanto luta pelo PIB; clamo por uma igreja viva e eficaz que não envergonhe o nome de Cristo fazendo da casa Dele um circo de horrores cheio de misticismo e charlatanismo e espalhe fiéis por toda a “Judéia, Samaria, e até os confins da Terra”, dando as primícias da vida toda ao invés de acumular cada vez mais pessoas sob a oferta de um Deus que existe para satisfazer as nossas vontades e arrecadando milhões em cima disso.
  
   Desperta ó tú que dormes. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, para que entre o Rei da Glória. Olhai menos para vossos narizes e percebei a Terra gritando ao vosso redor para que a livre da morte.
   “Ordem e progresso!”. Quanta tolice e hipocrisia na bandeira que estampa as cores da vida brasileira!

“Quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
vocês vão entender que dinheiro não se come.”
GREENPEACE

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para sempre amém.

Como expressar minha alegria diante de um Deus tão poderoso e fiel? Esse Deus, que é digno até das coisas inexistentes? Nada do que eu disser ou fizer pode dar a Deus toda a glória que Ele merece. Penso que as coisas que Ele criou, existindo de acordo com o que Ele planejou, servem para amenizar um pouco esta "dívida" que temos com Ele. Por isso o meu esforço é para que tudo e todos louvem ao Senhor, não por força, mas por desejo, necessidade, pois "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber toda a honra, a glória e todo o louvor". Não é apenas conhecer o amor de Deus, saber o que Cristo fez e reconhecer isso. É viver esse amor. Quem apenas conhece não vive, sobrevive. Viver o amor de Deus não é ser perfeito, é viver a história que Ele sonhou pra nós, é saber exatamente qual é o centro da vontade Dele e não deixar que nada te tire de lá. Davi, mesmo com todos os seus defeitos, foi chamado de "um homem segundo o coração de Deus", pois Ele nada fazia sem antes consultar ao Senhor, para prosseguir ou recuar, Ele não dava um passo sem antes buscar a direção de Deus. Além disso Davi era movido pela fé e pela certeza de que Deus era com ele e que era poderoso o suficiente para fazer o impossível ser real.
Eu não fiz tudo o que queria, ainda não realizei todos os meus sonhos, não trouxe aos meus pais toda a alegria que eu achei que deveria trazer, mas quando olho para trás penso que, se eu morresse hoje, morreria satisfeita, sem sentir que deixei algo pendente, por fazer, porque desde o dia em que Deus me chamou, por graça, amor e misericórdia, eu andei sobre os passos que Ele, de antemão, traçou no Caminho, vivi o que tive que viver, estive aonde tive que estar, fiz o que tinha que fazer. Não falo isso por mérito próprio, mas por pura e imensa gratidão que sinto por Deus, que mesmo tão grande e capaz, escolheu alguém tão pequena e incapaz, e por amor capacitou. Ele poderia fazer tudo sozinho e nos deixar apenas sobrevivendo, ou poderia não fazer nada e nos escravisar nos abandonando a nossa própria sorte. Porém, Ele rejeitou o fazer sozinho e o não fazer para fazermos juntos, e é isso que move o meu coração, que me faz viver dialeticamente, trazendo à memória o que nos traz esperança e prosseguindo para o alvo, sabendo que o Deus, Todo-Poderoso, foi, é, e sempre será comigo.
Nós somos parte de um corpo, se todos fossem chamados para a mesma função seríamos como a maozinha da "Família Adams" ou talvez um órgão ambulante. Mas Ele chamou a cada um para um propósito diferente, específico. Como o corpo deixa de responder aos estímulos do cérebro e passa a ser guiado por coisas exteriores, nós deixamos de seguir as orientações de Cristo, que é a cabeça, e passamos a viver pelas circunstâncias, pelas próprias vontades e até pela vontade dos outros, por isso o corpo está deficiente.
Mãos: ALCANCEM! Pés: ANDEM! Ossos: SUSTENTEM! Coração: PULSE! Louvem ao Senhor, vivam a carreira que é proposta, da maneira como é, além das circunstâncias.
"Isn't about waiting the storm to pass. It's about learning to dance in the rain."

O PERDEDOR: Não Curta a Pedofilia!

Visitem o blog do Arthur Prado, um jovem que tem feito a diferença no mundo usando as ferramentas que Deus entregou nas mãos dele, de maneira simples e muito eficaz! (O Arthur é que compôs a música tema do meu curta Papéis Trocados)

"O PERDEDOR: Não Curta a Pedofilia!: Lembro-me até hoje de estar na internet e minha amiga Isabela Cavezali comentar que precisava de uma música para um curta que ela e a equipe..."

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Salmo 151

   "A chuva não parou, mas estou seca como uma planta litorânea no deserto. Andei por caminhos tortuosos, me afastei do amor, deixei a minha língua ser caneta do diabo e fiz dos meus ouvidos mictório da minha própria voz. Pensamentos vazios deixaram minha mente oca. Larguei a espada, esqueci do escudo, rejeitei o capacete, desisti da couraça, afrouxei o cinto e ignorei os sapatos. Agora os meus pés estão feridos e o meu corpo chora. Minha mente esqueceu o passado, ofendeu o presente e negou o futuro. A ingratidão tomou conta de mim em meio à tempestade no meu interior. Pela rebeldia gritei por socorro. Pensei em desistir de tudo e me inertizar no sistema. A morte soprou em meus ouvidos e...foi por um triz...
   Andei sob a chuva e Ele estava lá, fugi para a caverna e Ele estava lá, perambulei pelos lugares mais escuros e Ele estava lá, passei pelo vale da sombra da morte mas Ele ainda estava lá. Percebi que não há para onde fugir, Ele sempre estará lá. Ainda que eu O traia, ainda que O abandone, mesmo que não mais O conheça, mesmo que eu O negue, O coloque à prova, por pior que eu seja, nada, absolutamente nada vai fazer com que Ele se afaste de mim. Porque Ele é o Amor verdadeiro, incompreensível do ser humano, Ele é aquele que permanece fiel diante da minha infidelidade, Ele é quem me disse para não temer pois Ele está comigo, acampando ao meu redor, Ele é quem me sustenta com Sua destra fiel, e me esforça, e me ajuda, Ele é o meu Único refúgio, Ele é Deus.
   Pai, muitas são as minhas aflições, minhas angústias, e há muito tempo estou sob uma tempestade ácida. Mas há algo que me faz borbulhar por dentro e me deixa estasiada: nesse tempo todo de escuridão, mesmo com toda a podridão que me encheu e me cobriu, não houve um só dia, um só minuto, um só segundo, que eu, involuntáriamente e incompreensivelmente, não tivesse a convicção física de que estavas comigo. E na ausência de palavras que a Tua atitude me deixou, eu só queria dizer: obrigada, eu te amo...muito."

A Deus com carinho.

Curta Ourinhos: 7º Curta Ourinhos - cinema é diversidade - program...

É com muita alegria que venho comunicar-lhes que o curta PAPÉIS TROCADOS foi selecionado para o festival de curtas de Ourinhos-SP. Obrigada a todos que participaram e apoiaram este projeto! Confiram a programação do festival clicando no link abaixo:
Curta Ourinhos: 7º Curta Ourinhos - cinema é diversidade - program...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ainda chove

Um instante em silêncio, e me lembrei. Outro instante, e me lembrei de esquecer. Mais um instante, e me esqueci de lembrar de esquecer, voltando minha mente para o presente, lutando para focar no que já é certo. É cada vez mais difícil manter meu olhar fixo. A saudade do incerto me aperta cada vez mais. Esquecer de lembrar de esquecer é o jeito menos difícil que encontrei para enfrentar a tempestade, para torná-la uma chuva suave e bela, e aproveitá-la, já que não posso impedi-la. Esta chuva está demorando a passar, e ás vezes ela é tão ácida...mas eu não vou pegar atalhos. Vou deixar ela me molhar...as flores crescem quando são regadas pela chuva. Vou contemplar a beleza da cidade molhada e sentir o cheiro doce da terra derretida. Tomar chuva só será ruim se eu não souber apreciá-la. A tempestade pode demorar a passar, mas eu sei, o sol não deixará de vir.
Foco! De olhos abertos, com muito esforço e apoio divino consigo mantê-lo. Mas de olhos fechados o controle se vai, pois no consciente posso fazer calar meus pensamentos, mas os gritos do sub-consciente são proclamados em meus sonhos, trazendo de volta a saudade do incerto, o gosto delicioso daquele bolo que ainda nem saiu do forno. Perigosas tréguas essas que alegram meus sonhos, pois aumentam minha vontade de procurar aquilo que deve me encontrar. Mas decidi não dar palpites na construção da minha própria história e não vou recuar.
O melhor tempo não é o que passou, muito menos o que virá, mas o que é, o que está, e PRA SEMPRE SERÁ.