quinta-feira, 26 de maio de 2011

PROTESTO!

(Escrito após uma aula de história sobre Lutero e o protestantismo)

Da mesma maneira que homens um dia corromperam a Igreja primitiva, católica, corromperam também o protestantismo. Hoje parte da Igreja evangélica é tão enganadora quanto o catolicismo primitivo. Se Lutero vivesse nos dias de hoje sentiria vergonha do que seu protesto se tornou. Qual seria a saída? Uma nova reforma? Daqui a um tempo a Igreja estaria corrompida denovo. Essa corrupção ocorre porque a Igreja é constituída por homens, que são corruptos, que ao invés de "morrerem" para suas vontades, como é a proposta de Cristo, decidem tomar o lugar do Deus incorruptível e dominar os emocional, social e intelectualmente mais fracos, para benefício próprio.
Talvez uma nova Reforma traria de volta a essência de Cristo para muitas pessoas, mas o 'farisaísmo' estará sempre presente nos templos, como o joio mesclado ao trigo.
Minha intenção com este texto não é trazer um discurso pessimista sobre a Igreja cristã, mas é relembrar que nela, como em qualquer outra religião, sempre haverão aqueles que, como judas, trocarão o Amor pelo dinheiro, se prostituirão a seus próprios maus desejos. Porém, também, sempre haverão aqueles que adorarão o Pai em Espírito e em Verdade, negando sua alma, não por pressão de dominadores ambiciosos, mas por saber o quão corrupta ela é, e viverão o Evangelho simples, puro e gracioso, deixado por Cristo. A verdadeira sabedoria nunca morrerá, ela sempre estará disponível a qualquer um que desejá-la, a qualquer um que estiver disposto a deixar de ser papagaio, disposto a pensar.

sábado, 21 de maio de 2011

Enquanto houver vela


Ambiente agradável, música lenta, luz baixa, pessoas interessantes, cultura...arte pela arte, risos. Uma noite de sábado perfeita, e fria, na pequena Londres. 'Sozinha', no caminho de volta pra casa, deixei meus pensamentos perambularem por aquele ambiente aconchegante e sugestivo, aonde me deliciei assistindo um espetáculo de stand-up comedy. Como eu gostaria de ter permanecido lá...mas era tarde para andar sozinha pelas 'ruas londrinas', decidi partir. Eu nunca apreciei as tais 'baladas', nunca vi sentido nelas, não que diversão precise ter, de fato, algum sentido, mas quando pessoas passam a ser tratadas e a se comportar como apenas corpos, expostos e 'experimentáveis', isso passa do limite de não ter sentido, não sei dizer o que é...é vazio. Mas hoje foi diferente...sentada naquela sala rústica e pouco iluminada, me senti em paz. Senti vontade de estar lá mais vezes, com aquelas pessoas. Não porque quero buscar lá algo que ainda não encontrei, mas porque quero que aquelas pessoas encontrem algo que elas buscam e não encontram...não por estarem no lugar errado, mas por muitas pessoas, por pensarem que estão no lugar certo, não estarem lá. Lá. É comum chamarmos esse 'lá' de trevas. Tudo o que não é 'gospel' virou secular, sinônimo de trevas, sinônimo de pecado. Hoje descobri que as trevas não são tão abomináveis assim, é apenas ausência de luz. Trevas jamais deixarão de ser trevas se a luz não habitar no meio delas. Me parece que as muitas luzes que existem neste mundo se escondem em caixinhas. Há tantas mesas em tantos barzinhos por aí precisando de velas em seus candelabros. Sem essa luz eu sou incapaz de perceber as muitas sujeiras que estão impregnadas em mim, essa luz que vem do outro. Sem o outro é impossível descobrir quem eu sou de verdade. Eu dependo dessa luz pra tirar as trevas dia-a-dia de mim. Eu e todo o mundo. Nas igrejas, nos barzinhos. Sou vela, dependente da Luz do mundo. Luz do MUNDO, TERRA. Tenho pensado muito sobre isso, sobre a luz, que recebe o nome de luz do mundo, mas não ilumina este mundo. Tenho pensado no tal sal da terra, que não salga nada na terra.
Não sei se consegui externar meus pensamentos da maneira correta...são só mais um conjunto de idéias que passeiam em minha mente nesta noite.
Uma coisa é certa, me senti mais útil sendo luz em meio a 'ausência de luz' (trevas), do em meio a muitas luzes. Isso se repetirá? Com certeza, enquanto a chama que arde nesta vela queimar o pavil, enquanto ela estiver seguramente forte...enquanto houver vela.

domingo, 1 de maio de 2011

Complexa Simplicidade



Dedicado a Hiago Angelucci (http://hiagoangelucci.blogspot.com)

Acabo de assistir a um documentário sobre o povo Sataré Mawé, localizado na Amazônia, produzido pelo meu irmão em Cristo Hiago Angelucci, um dos caras mais parecidos com Cristo que eu já conheci, na grandeza e na simplicidade. 
 Ainda estou tentando sair do mar de lágrimas que me afundei ao ouvir a seguinte frase de um indígena: "Eu não estou precisando de calção, sapato e coisas, não! Estou precisando da Palavra de Deus." Me comovi imensamente ao relembrar momentos do prático da minha ETED em que pude conhecer lugares incríveis como comunidades quilombolas muito afastadas na Ilha do Marajó-PA, e comunidades ribeirinhas na Amazônia. Sinto uma imensa saudade de dedicar meu tempo integral a esses povos, tão sedentos por Deus e tão simples em seus estilos de vida. Hoje me deu uma saudade 
imensa da ETED, das pessoas que conheci, dos lugares que vi, das comidas que provei...saudade dos desafios, das aventuras...foi tudo muito bom. Nem sei porque estou escrevendo sobre isso...fiquei com muita vontade de compartilhar com vocês algo que me fez tão bem. O que mais me fez crescer na ETED Comunicadores não foram os estudos e nem as ministrações, muito menos a estrutura da escola; mas foram pessoas de diversas personalidades e origens, com temperamentos e caráter diferentes, que transformaram meu ser. Deus tem me proposto novos desafios, e há uma chama gigantesca no meu coração que me leva a querer encará-los. Busco a minha força e minha coragem em pessoas comuns, que tem consciência de que nada são e nada merecem, mas mergulhadas na graça redentora de Deus escolheram dedicar suas vidas por uma causa. Á essas pessoas que me inspiram diariamente a ter uma vida íntegra e cheia de significado, o meu muito obrigada. Vocês tem me feito entender o Amor incondicional de Deus e a Sua complexa simplicidade.